O MEDO DE SENTIR… as emoções!

17/07/2021
O MEDO DE SENTIR… as emoções!

Não sei há quanto tempo e desde quando, as emoções são escondidas, sequestradas e até maltratadas pela ainda incapacidade de o ser humano as entender. Ficam impregnadas no corpo sob as mais variadas marcas de dor, de congelamento. Como consequência, as vidas ficam suspensas num limbo, criando a sensação ilusória de impossibilidade de criar uma nova perceção seja do que for. Tudo se altera, mistura, baralha e inevitavelmente fica-se retido num tempo que é passado, mas que teima em manifestar-se de forma repetida e em círculos sem fim à vista.

Observo, sinto, toco cada uma das partes perdidas das emoções sob várias dimensões: da minha vida pessoal, é claro; dos pacientes que me procuram pedindo ajuda sob os mais inesperados e angustiantes assuntos e situações; do mundo que todos querem abraçar e está tão endurecido.

O que fazer com todas essas emoções, sentimentos e sensações que se empilham segundo a segundo e que continuam a ser negados, rejeitados, arremessados sabe-se lá para onde…desde que seja para bem longe do nosso olhar! Raiva, tristeza, medo, insignificância, dor, insegurança, frustração, impotência, incapacidade, rejeição, abandono, humilhação, injustiça, traição, angustia, ansiedade …

O medo de sentir torna o ser humano impotente e incapaz de lidar com as frustrações, com os erros, as perdas. O não saber processar as emoções que insistem em permanecer, por tempo indeterminado vão corrompendo infalivelmente os comportamentos a eles associados!

O QUE PRECISA SABER:

Este é o tempo da (auto)cura, o tempo de desenvolver uma diferente compreensão de nós, do mundo, do universo, de tudo.

As emoções precisam ser vistas, sentidas, aceites/acolhidas, integradas e resignificadas. Quando nos predispomos a parar, olhar e assumir a responsabilidade de fazer este processo, então podemos perceber claramente que algo muda de forma estranhamente simples, imediata e profunda. Transcender o comportamento requer treino e um olhar ampliado e bem diferente do habitual.

Mais de 95% das nossas emoções são adotadas, isto é, pertencem à nossa ancestralidade, sendo que cada um de nós vem com a chave-Mestra da transformação. Tomar consciência desta “carga” é um primeiro passo, pois, este movimento inconsciente é o que possibilita cada um poder sanar e equilibrar o seu sistema familiar. Ao incluirmos cada emoção, sob a forma com que se apresentam a um de nós, torna possível ao fluxo de energia que está retido começar a diluir-se. Perde a força que nos limita, e sem que tenhamos que fazer alguma coisa, o movimento saudável e fortalecido é restaurado e começa a dar-se noutra direção, podendo então dar um sentido diferente à vida, a partir desse momento. Todos aqueles que nos antecederam, por razão que a lógica e a racionalidade ainda não entende estão por ressonância a vibrar, através dos tempos, em cada um de nós, para que eles possam única e exclusivamente ser vistos. E sabe para quê? Assim, todos sem exceção, podem encontrar, estar e sentir-se em paz, no sistema familiar, onde cada um ocupa o seu lugar, deixando de interferir no destino das gerações presentes e futuras.

Percebam que todas as emoções não compreendidas e no qual não lhes damos um lugar, transbordam a todo o instante, ficando retidas em todas as partes do nosso corpo…que nos incapacitam, nos inquietam e nos limitam os movimentos.
A dificuldade de escutar as emoções é proporcional ao quanto estas suplicam para ser libertadas!

O que guarda de tão precioso o coração? É o sentir mais profundo que vem da alma.
Na tentativa de proteger a única coisa que realmente consideramos autêntica – o amor – escondemos o medo de (re)descobrir a (auto)cura e a (re)ligação a todos os demais, trazendo um sentido mais elevado para a vida.

Este caminho não só é possível, como é o caminho essencial para a cura de traumas individuais, familiares e coletivos. Antes que se torne mais doloroso e insuportável, honre o seu destino. Aceite-o e transforme-o à medida que se dispõe a dar um passo de cada vez.
Permita-se parar, escutar e sentir as suas emoções!

PERMITA-SE apenas SENTIR!
Alexandra Rombinha

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